Sempre
amei as letras, desde pequena me perdia na leitura de tudo que caísse em minhas
mãos, minha mãe sempre teve cuidado para que nada “perigoso” ficasse dando sopa
pela casa. Lia revistas, receitas de bolo, bulas de remédio, manual de
instruções, embalagens de xampu, embalagens de produtos de limpeza e todo e
qualquer livro que eu tinha acesso.
Aprendi
a ler aos 5 anos com meu pai, meu herói que me ensinava tudo e quando chegava à
escola não sentia dificuldades. Lembro-me minha primeira coleção de livros
ganhei do meu tio, que na época era um rapaz solteiro e ao comprar um
enciclopédia daquelas que os vendedores
vendiam de porta em porta, ganhou uma coleção de contos de fadas como brinde.
Eram 6 livros de capa amarela e figuras coloridas, me sentia muito importante
por ter uma coleção só minha, simplesmente os devorei. Meu pai trabalhava
próximo a uma banca de jornais e todas as sextas nos levava dois gibis, um da
Turma da Mônica e um do Walt Disney, passava o fim de semana deitada na minha
cama lendo os gibis que papai trazia.
Na
minha época a alfabetização na escola só começava aos 7 anos na 1ª série, então
era apaixonada pela minha cartilha e pelo livro 1 Caminho Suave, me divertia em ler a palavras, acertar nos ditados.
Minha escola não possuía biblioteca e a minha sede pela leitura era enorme,
então aguardava ansiosa para que chegasse a quarta-feira, quando então a Kombi
da Leitura estacionava na entre quadra e logo formava uma longa fila de
crianças inquietas para escolher seu livro e durante uma semana viajar naquelas
histórias.
Não
tínhamos as diversões e tecnologia que as crianças tem hoje, a TV oferecia
alguns desenhos e filmes legais, mas a programação não era muito voltada
basicamente aos pequenos. Podíamos brincar na rua com nossos vizinhos. E líamos
muito, porque na falta de condições financeiras para viajar, os livros nos
proporcionava viagens interessantes através dos livros, viajamos de tapete
mágico, de avião, de trem, de navio, através de passagens secretas; conhecemos,
praias, florestas, castelos, montanhas; visitamos continentes e galáxias;
sentíamos até o cheiro das flores.
Na
escola onde fiz o ensino fundamental havia uma biblioteca e eu adorava ir lá só
para pegar os livros da coleção Vaga-Lume, acredito que li toda a coleção, li
também O Estudante I e II, Pollyana Menina, Pollyana Moça e Pollyana Mulher, O
Guarani, A Moreninha, e até mesmo O
Estrangeiro de Albert Camus, entre outros.
Mas
algo que nunca me deixou feliz foi fazer prova de livro, sempre acreditei que a
leitura obrigatória tira um pouco do brilho das letras. Sempre escrevi bem,
modéstia a parte, na escola minhas redações tinham notas boas.
Com
tanta leitura um dia comecei a escrever, comecei com diários. Enchia vários
cadernos com minhas chateações, tristezas e alegrias. Mas um dia já adulta
conversando com uma amiga no MSN sobre as aventuras que tínhamos vivido ela
dizia que se brincasse dava um livro. Então propus que criássemos um blog e
escrevêssemos nossas histórias com nomes fictícios, claro. Daí em mais ou menos
30 minutos eu criei o blog e escrevi o texto, foi deliciosa a experiência e os
textos foram surgindo. Quando tive um texto publicado no jornal do Sinpro DF
fiquei muito feliz. Não conheço a autoria da frase, mas acredito nela “Há três coisas que
um homem deveria fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever
um livro.”, já plantei a árvore, me falta
agora o filho e o livro.
É isso, assim foram meus primeiros contatos com a leitura e escrita.
Lucimeire Vaz Lima
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